3 Pilares dos Esmaltes Cerâmicos

Desde a Antiguidade, ceramistas buscam aperfeiçoar a arte de esmaltar suas peças. A formulação de esmaltes, um conhecimento transmitido ao longo de gerações, envolve a combinação precisa de minerais naturais que, ao serem submetidos ao fogo, se transformam em uma camada vítrea, conferindo beleza e durabilidade às peças.

Hermann August Seger, um ceramista e químico alemão do século XIX, foi pioneiro em estudar a composição e o comportamento dos esmaltes cerâmicos. Seus trabalhos foram fundamentais para estabelecer uma base científica para a formulação de esmaltes, e suas contribuições ainda são relevantes hoje. Ele desenvolveu um sistema de classificação de esmaltes baseado na proporção de 3 componentes principais (Formador de vidro, Estabilizante e Fundentes), o que permitiu aos ceramistas comparar e prever o comportamento de diferentes formulações.

 Os 3 Pilares :

● Vitrificante
● Estabilizante
● Fundente

Vamos entender melhor a complexidade dos esmaltes e como as matérias-primas interagem, com o sistema de classificação baseado em três pilares fundamentais:

  1. Vitrificantes: Responsáveis por formar a rede vítrea do esmalte. O componente fundamental dos materiais cerâmicos que utilizaremos é o dióxido de silício (SiO₂), comumente conhecido sílica (SiO2), o quartzo. A sílica forma uma estrutura tridimensional que confere ao esmalte sua característica vítrea. Seu ponto de Fusão é extremamente alto, cerca de 1800°C 
  2. Fundentes: Aceleram o processo de fusão do esmalte e reduzem a tempera da sílica. São geralmente óxidos alcalinos e alcalino-terrosos, como sódio (Na2O), potássio (K2O), cálcio (CaO) e magnésio (MgO). Esses óxidos quebram a estrutura da sílica, diminuindo a viscosidade do esmalte e facilitando a formação da fase líquida (fusão).
  3. Estabilizantes: Conferem estabilidade à estrutura do esmalte, evitando que ele cristalize durante o resfriamento. A alumina (Al2O3), presente em minerais como o feldspato, é o estabilizante mais comum. Ela se encaixa na rede de sílica, fortalecendo a estrutura e evitando a formação de macro cristais.

By JJ Harrison- Quartzo do Tibet
Embora a sílica seja o componente principal do vidro e forneça a estrutura básica para a formação da rede vítrea, a utilização exclusiva de sílica pura na fabricação de vidro apresenta algumas limitações. A principal delas é a temperatura de fusão extremamente alta da sílica, cerca de 1800°C. Essa temperatura torna o processo de fabricação do vidro muito mais complexo e energeticamente dispendioso. Além disso, a sílica pura produz um vidro muito resistente, mas também muito quebradiço e difícil de trabalhar.

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